sábado, 1 de junho de 2013

Rio Tua – Antes da albufeira



Antes ainda de a água começar a ser represada pela barragem do Tua o http://www.curteavida.com (des)organizou uma ida ao Tua. Esta terá sido a última oportunidade de fazer um troço (parte final) em estado virgem, pois vai ser submerso pela albufeira à sua máxima cota. O Passeio decorreu em Maio de 2013 uma excelente altura para passear na região pois nem se encontra muito calor nem o contrário.
 Entramos no rio junto à localidade do Cachão (Mirandela), seguimos ao sabor da corrente apreciando as margens cobertas de espessa vegetação e escarpas bastante propícias à fotografia. O destino foi a localidade do Abreiro (Mirandela), concretamente a desactivada estação da linha do Tua (CP). Ao longo do percurso transpusemos alguns açudes e um ou outro rápido a exigir alguma aplicação de dotes de águas bravas, mas sendo todos os obstáculos acessíveis com excepção de um rápido imediatamente antes do Abreiro, esse a requerer alguma cautela ou “porteamento”. Atenção que um ou outro açude pode fazer algum refluxo de água pelo que devem ser bem observados antes de se avançar para a sua transposição.
No Abreiro montou-se o “Camping” preparou-se a comidinha devidamente regada por um belo tinto e algumas jolasJ. Em seguida fomos ao Bar http://cafeviario.blogspot.pt/ onde pudemos apreciar além de uma hospitalidade só possível em trás-os-montes, de uma extensa colecção de cervejas nacionais e internacionais. A não perder, mesmJ
No dia seguinte novamente no rio, partimos do Abreiro em direcção ao Amieiro (Alijó), o percurso na sua segunda metade apresenta já alguns rápidos um pouco mais trabalhosos, acessíveis no entanto a um nível intermédio de praticante. Novamente se recomenda que na dúvida se pare para analisar primeiro o obstáculo antes de se avançar para o mesmo.
Terminada que estava a fase rio, restou regressar ao café via rio no Abreiro para um saboroso lanche final composto por umas saborosas alheiras caseiras bem típicas da região.
Notar que o passeio foi efectuado em kayak`s de águas e bravas e SOT sendo que as passagens mais complicadas devem ser evitadas pelos SOT.
A quem pretenda conhecer esta bela região, bom passeio!!! J

Autonomia de dois dias em Kayak – Alto Douro Vinhateiro



Nos dias 9 e 10 de Março tive o privilégio de integrar mais uma saída (des)organizada pelo www.curteavida.com desta vez o cenário escolhido foi o Douro superior entre as localidades do Pocinho e da Ferradosa. No primeiro dia saímos pelas 09h30 de uma pequena praia fluvial com bons acessos para carro, localizada a cerca de 300mt da estação ferroviária do Pocinho. Logo após uma curta distância alcançamos a foz do rio Sabor, onde num agradável jardim dotado de excelentes condições, fizemos uma pequena pausa para retemperar forças e estômagos. Retomado o rio, seguimos novamente em direcção a jusante, aproveitando para contemplar a magnífica paisagem das encostas do Douro, que, vistas do rio e particularmente de Kayak, assumem uma grandiosidade difícil de quantificar. A paisagem vai alternando entre os famosos vinhedos dourienses e áreas de cultivo com laranjais, oliveira, e amêndoa a marcarem forte presença. Avista-se regularmente rebanhos ora de caprinos ora de ovinos bem guardados por cães pastor.
Ao fim de cerca de 20 Km de descontraída remada escolhemos um local para pernoitar junto a uma ponte ferroviária da ainda sobrevivente Linha do Douro, algures perto de Freixo de Numão. Aí montamos tendas e aí para jantar foi preparada uma bela caldeirada de peixe antecedida por uns apetitosos camarões, tudo bem regado por uns agradáveis vinhos e cervejas. Água não, que o Douro já tinha muita eh eh J
Na manhã de Domingo, levantamos o acampamento e pelas 09h30 prosseguimos rio abaixo até ao local previsto para final da pequena expedição, a antiga estação ferroviária da Ferradosa. Pelo caminho, tempo para pôr a conversa


em dia, tirar mais umas fotos em cenários de excepção, apreciar as várias e esplendorosas quintas vinhateiras localizadas junto ao rio, apreciar também as belíssimas estações ferroviárias da Linha do Douro.
Chegados à Ferradosa pelas 14h00, fizemos uma merecida pausa para almoço com as sobras que cada qual havia transportado. Foi também a oportunidade de apreciar a antiga estação ferroviária da Ferradosa (desactivada em função de uma alteração de traçado da linha efectuada em meados de 1980 provocado pela construção da barragem da valeira alta). Terminada a breve refeição, faltava a cereja em cima do bolo, o cachão da valeira, localizado a cerca de 1,5Km a jusante da Ferradosa, antes da última curva que antecede o avistamento do paredão da barragem da valeira alta, trata-se de um troço que representou até 1791 o limite superior navegável do rio Douro por apresentar até essa data um obstáculo natural à navegação constituído por uma cascata (eliminada após 11 anos de trabalhos no reinado de D. Maria I). Actualmente o local é navegável, apresenta no entanto um estreitamento do rio confinado em ambas as margens por escarpas graníticas que se erguem a dezenas de metros de altura. O local mantém-se perigoso pela possibilidade de ocorrência de fortes ventos como foi o caso aquando da nossa visita. Lá se pode avistar uma curiosa inscrição na parede granítica a assinalar a conclusão dos trabalhos de navegabilidade do cachão da valeira.
Retornados à Ferradosa, foi altura de arrumar o material para o regresso a casa.
Esta pequena autonomia foi efectuada em Kayak`s de Mar, transportando nos mesmos todo o equipamento necessário a uma permanência em autonomia durante os dias de Sábado e Domingo. Um passeio que se recomenda!
Fica a vontade de conhecer ainda mais do rio Douro J

O maravilhoso reino de Marrocos



Esta era uma daquelas oportunidades que ou se agarram quando surgem ou se pode ficar a lamentar por demasiado tempo o não ter feito.

O CCABP http://www.aguasbravas.net/ organizou em Março de 2013 mais uma expedição em Kayak e Raft a Marrocos. O programa previa ao longo de uma semana a passagem por vários locais emblemáticos como sejam Tânger, Chefchouen, Azrou, Tillougit, Cathedral Rocheuse, Marrakech, etc. e também por alguns emblemáticos rios como sejam o Oum Er-Rbia, Ahenesal, Asif Melloul, etc.

Após a partida de Portugal dirigimo-nos ao Ferry que nos garantiu a travessia do estreito de Gibraltar, de Tarifa(SP) para Tangêr(Mar). Após entrar em Marrocos e cumpridas as demoradas formalidades aduaneiras, seguimos em direcção à cidade azul, Chefchouen, onde jantamos e pernoitamos. No dia seguinte seguimos em direcção às nascentes do Rbia evitando a passagem pela floresta dos cedros como previsto devido à presença de um espesso manto de neve. Chegados às nascentes do Rbia, foi tempo para um obrigatório chá de menta nas típicas construções localizadas junto à água. O rio, esse teve de ser cancelado devido ao forte caudal, fruto da muita chuva que se abatia na região. Assim, foi decidido prosseguir até à Cathedral Rocheuse (Atlas) localizada junto à localidade de Tillougit para aí estabelecermos um “acampamento base” junto ao rio Ahenesal.

A estreia na água coube naturalmente ao Ahenesal. Fizemos o percurso do “Camping” até Tillougit. O rio apresentava um bom volume de água, mais uma vez fruto da muita àgua e neve que havia caído. É um troço muito interessante de se fazer, adequado a Kayak águas bravas e Raft, devido ao elevado desnível a velocidade é constante e a diversão garantida.

Houve também a oportunidade de conhecer o troço final do Asif Melloul e as suas fantásticas gargantas. Um rio a exigir um pouco mais de técnica.

A envolvente ao “acampamento base” apresentava um cenário único, dominado pelos vários cumes envolventes do Atlas, aldeias berberes, população amistosa, e a Cathedral Rocheuse, um imponente maciço rochoso em cujo topo se atinge os 1883 metros de altura. Existe um trilho que parte junto ao “Camping” e que se dirige ao topo onde ao fim de cerca de 2h de caminhada se avista um cenário de cortar a respiração. Naturalmente que não perdemos a oportunidade de conhecer.

Uma visita a Marrocos não podia deixar de incluir uma visita à mítica cidade que inspirou o nome do País. Marrakech recebeu-nos ao fim da tarde com música tradicional africana e uma explosão de vida, cor, aromas e confusão claro, e tudo isto na principal praça da cidade onde tudo e todos confluem ao final de cada dia para conviver, comerciar, comer…. Marrakech merece seguramente uma visita. Um dia deverá ser suficiente para perceber a capital cultural de Marrocos.

Após Marrakech foi muita estrada de volta à Europa e a Portugal em particular não sem ficar com a sensação de que muito ficou ainda por ver neste País vizinho.